Coronarianas Agudas
Ficha de citações
Arq. Bras. Cardiol v.87 São Paulo 2006 p. 562-563
JUNIOR,C.V.S; SOUZA,J.A.
“A inflamação crônica é reconhecidamente o principal
desencadeante e perpetuador da doença aterosclerótica1.
Condições associadas à indução e/ou manutenção de
atividade inflamatória exacerbada, como infecções bacterianas
persistentes, têm sido correlacionadas à doença arterial
coronariana (DAC). Inúmeros estudos têm avaliado o papel
da doença periodontal (DP) , especialmente a periodontite,
ou infecção bacteriana crônica das estruturas que suportam os
dentes. Os mecanismos envolvidos nesta associação seriam:
1) o grau de infecção por patógenos bacterianos da placa
dentária; 2) a exposição persistente a antígenos; 3) produção
de endotoxinas e 4) a liberação de citocinas inflamatórias da
periodontite. Estes fenômenos contribuiriam para o processo
aterogênico e para a indução de fenômenos tromboembólicos,
predispondo assim os pacientes ao aumento do risco de
eventos cardiovasculares4.”(pag:562)
“A DP é extremamente freqüente em todo o mundo
e especialmente em países em desenvolvimento e/ou
subdesenvolvidos, onde a saúde bucal ainda não atinge a
população de forma homogênea. Além disso, nestes paises a
incidência da doença aterosclerótica vem aumentando. Na
última década inúmeros estudos vêm sendo realizados para
avaliação da correlação existente entre a DP e DAC.”(pag:562)
“O mecanismo fisiopatológico envolvido nesta associação
tem sido alvo de inúmeros estudos. O grau de infecção e o
número de diferentes espécies bacterianas encontradas na
placa dentária parecem estar correlacionados com a maior
presença ou não de DAC . A intensidade e persistência da
reação inflamatória associada à DP puderam ser avaliadas
em pacientes com diagnóstico de DAC através da dosagem
sérica de marcadores inflamatórios, como proteína C-reativa
(PCR) , interleucinas e anticorpos direcionados a conhecidos
patógenos da mucosa oral. Em recente estudo, demonstrou-se
que, apesar de não haver diferença estatisticamente significante
nos níveis de PCR entre pacientes com SCA e diferentes
estados de saúde periodontal, aqueles pacientes que possuem
alto grau de DP, apresentaram queda dos níveis de PCR de
forma mais lenta quando comparados aos pacientes com
melhor saúde periodontal7. Em contrapartida, Montebugnoli
e cols.4 mostraram que a saúde periodontal melhora o
estado inflamatório e hemostático, reduzindo níveis de PCR,
leucócitos, fibrinogênio e outros fatores de coagulação, além
de reduzir o estresse oxidativo, com significante diminuição
dos níveis de lipoproteínas oxidadas.”(pag:562)
“O estudo de Accarini é extremamente importante por ser
o primeiro a demonstrar na população brasileira a possível
associação entre DP e DAC. Apesar de não haver registros
fidedignos de toda a população, a prevalência de DP é elevada
e pode estar associada a pior prognóstico da DAC em nosso
país. Estes dados apontam, novamente, que a prevenção e
tratamento da DAC passam pelo envolvimento de equipe
multidisciplinar, incluindo avaliação e tratamento odontológico
na tentativa de redução da DP e, conseqüentemente, do risco
de surgimento de novos eventos cardiovasculares.”(pag:562)
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